quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O MITO DE ER


Aula de Filosofia Geral

Er é um guerreiro, que morto em uma batalha, teve seu corpo encontrado entre os outros cadáveres de guerreiros, mas diferente dos demais, Er estava são e integro. Foi então levado de volta à sua terra e velado por doze dias e, no último dia em que era velado recobra a vida e conta àqueles que ali se encontravam tudo o que havia visto no Hades. O recém ressurecto então começa a narrar como seria a vida no Além, contando que, ao deixar o corpo sua alma foi pra um lugar maravilhoso em uma grande pradaria onde se encontravam muitas almas e onde se avistavam quatro buracos, dois no solo e dois no céu. Havia juízes que avistavam os justos e lhes recomendava entrarem no buraco que conduzia para o céu e aos injustos era recomendado que se dirigisse ao buraco que se encontrava no solo.
Esses juízes dizem a Er que não deve ir nem a um nem a outro buraco para que possa testemunhar o mundo espiritual e que retorne aos homens. O guerreiro então vê as almas sujas e empoeiradas que estão no buraco que se encontra no solo e ouve seus relatos de dor e sofrimento pela vida injusta que levaram. Por sua vez, as almas puras e felizes relatam os prazeres e a felicidade da vida justa. Er permanece ali na pradaria por 7 dias, ao final do que, juntamente com almas que acabaram de morrer dirigi-se a uma coluna luminosa onde se encontram as deusas do passado, presente e futuro e que, que após cada alma ser por estas entrevistadas encontram-se com a deusa da Necessidade e recebem o seu espírito protetor para novamente viver na Terra. É durante a noite que as almas que encaminham para a nova vida e antes de encontrar-se novamente no mundo terreno devem beber da água do rio Amelete, o rio do esquecimento, mas Er não o faz, porque recebera a incumbência de relatar tudo o que tinha visto até então aos homens. O guerreiro retorna, então para o seu corpo no campo de batalha e é encontrado,  velado e recobra a consciência para relatar todas s maravilhas que presenciara. (O Mito de Er é encontrado no Livro X, nos diálogos de “A República”)

OBS.: Com a narrativa do mito de Er podemos compreender a distância que existe entre o mundo das ideias ou dos deuses e o mundo terreno: dado que ao homem é necessário esquecer a perfeição com a qual se depara neste mundo ideal, ele vive na Terra para tentar reproduzi-la com muita dificuldade porque lhe falta a clareza.


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