sábado, 13 de dezembro de 2014

Questões sobre Contratos em Espécie

1.    Num contrato de doação, é possível a doação de coisa futura? Responda, explique e apresente os fundamentos legais.

A doação de coisa futura é válida, mas não com o nome de doação, e sim como um contrato atípico. A doação é essencialmente espontânea/natural, por isso que não se pode celebrar promessa de doação de coisa futura.

2.    É possível falar-se em locação de coisa consumível? Responda, explique e apresente os fundamentos legais.

Assim como os bens fungíveis não podem ser objeto de locação, pois o locatário tem a incumbência de devolver a coisa ao final do contrato, os bens consumíveis também não podem ser objeto de locação (alimento, energia elétrica, água, gás, etc.). Art. 565 do CC. Os bens fungíveis e os bens consumíveis seria mais bem tratado pelo instituto civil do Mútuo – Art. 586 ss do CC.

3.    Qual o contrato que, por suas características legais, exclui as cláusulas de garantia legal da evicção e do vicio redibitório? Responda, explique e apresente os fundamentos legais.



O contrato que exclui as cláusulas de garantia legal é o de doação. A coisa doada, caso possua algum defeito, não fica sujeita a evicção – arts. 447 a 457 – (defeitos jurídicos) ou vícios redibitórios – arts. 441 a 446 – (defeitos materiais), pois tais institutos só se aplicam aos contratos de efeitos bilaterais. Faz sentido, afinal ganhar uma coisa, mesmo com defeito, pode ser vantajoso. Porém se a doação foi onerosa (com encargo), admite-se a evicção e os vícios redibitórios. Fundamentação legal no art. 552 do CC.


 
4.    O contrato de locação é “intuit personae”? Responda, explique e apresente os fundamentos legais.


Há certa divergência doutrinária acerca da caracterização do contrato de locação como “intuitu personae”, devido as disposições sobre cessão e sublocação. Segundo Venosa, o contrato de locação é “intuitu personae”, porém para Orlando Gomes, a locação é contrato impessoal, sob o fundamento de que a morte de qualquer dos contratantes não o extingue. Arts. 565 e 577.


Nenhum comentário:

Postar um comentário