É notável que a filosofia de Platão nos remeta
a uma busca incansável ao conhecimento verdadeiro. Toda essa viagem pelo mundo
das ideias nos revela a grande e infinita imperfeição encontrada no mundo
terreno, onde tudo é morta, perecível, apenas sombras da verdade, reflexos de
um mundo ideal.
Tal mundo ideal foi deixado para trás por
nossas almas perfeitas, que ao passar pelo lago, do qual Er dessa água não bebeu,
fez a alma o favor de se esquecer... consequentemente vivemos no cárcere de um
corpo imperfeito, aprisionados ao mundo dos sentidos. Acreditamos que esse
mundo material é real, no entanto somos meros castigados, que se esqueceram que
o saber é apenas o relembrar.
Aqueles que em sua peregrinação terrestre
buscam saciar sua sede pelo conhecimento conseguem de fato encontrar a razão. A
razão nem sempre é utilizada, pois só aqueles que não se apegam a esse mundo
material são capazes de chegar ao bem maior.
No mundo das ideias encontramos o dever ser,
só lá é possível descobrir como tudo deveria ser, aqui nesse mundo imperfeito
de coisas imortais nos deparamos com fatos (ser), que nos fazem utilizar o
Direito como uma forma de encontrar a justiça para essas irregularidades de um
mundo material. Entretanto, seria possível o homem, um ser imperfeito, chegar
realizar de fato o que é justo.
Platão teve a dádiva de libertar sua alma, não
a condenou a ignorância de acreditar que o real, é apenas o que é visível aos
olhos e sentido pelo toque.
Devemos seguir os seus conceitos e filosofias
para nos tornarmos pessoas melhores, quem sabe assim, nossas almas consigam
algum dia chegar a verdadeira essência do conhecimento, para que de fato seja possível
amenizar o cárcere que é uma alma presa a um corpo e um mundo terreno onde nada
é eterno e imutável.*
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